segunda-feira, agosto 31, 2009

Caixas de Correio nos dias atuais.

Há alguns dias venho checando minha caixa de correios. Confesso que não era algo que fazia com rotina quando era casada. Explico. Nem mesmo a chave da tal portinha eu carregava comigo. Vacilo? Talvez. A tal caixa me assustava só de olhar pra ela. Já sabia o que estaria lá a minha espera. E, se tinha alguém afoito por receber suas revistas, pra quê o trabalho. Certo? Sei... errado!

O que tenho encontrado por lá... 

Contas
Algo que quando casada eram administradas por um dos conjugues. Neste caso, não era eu. E,  não despertava meu interesse em buscá-las. Apenas a contribuição financeira era minha. Eu sei. Onde estava com a cabeça? Mais este é assunto pra outro post. 
Convites mil
Sim devido ao meu trabalho, não é um... mais vários por semana. O que pode levar você a pensar que a minha vida é uma "festa". Lamento decepcioná-lo, mas quando se tem que ir a uma "festa" não por escolha, esta não deveria ser a palavra para descrever o acontecimento. 
Catálogos e mais catálogos
Mais uma vez o trabalho. Acredito que todas as marcas nacionais e internacionais achem que consumo o mundo. Às vezes, confesso ficar triste por ter o envelope em cima de minha mesa e só abri-lo meses depois. Penso no trabalho daquela gente, e me envergonho do meu ato. Toda a ação de marketing jogada no incinerador. O impacto nenhum. Então medito: será que a ação foi bem executada? Parei com isso! 
Folhetos de Super, Farmácia e afins do Bairro
Confesso que este material me agrada, e por vezes me distrai. Chega ali alguma informação que vale. Seja de utilidade, seja pra somar... O velho jornal de bairro de distribuição gratuita. Como o evento que fui do campeonato da terceira idade de Buraco. Ou seria canastra? Não. Não ria. O campeonato em si era chato mais observar a alegria naqueles rostinhos enrugados, deixa qualquer um de bom humor. São lições de vida. Naquela tarde de sexta, numa praça em copa, foi um programão. 
Heranças Postais
Nada mais são que revistas masculinas e cartas de clube de futebol, cujo verdadeiro destinatário, ainda não atualizou seu próprio e novo endereço para entrega correta junto às editoras. Fazem-me companhia entre um café da manhã e outro... e me levam a crer que na verdade quem as escreve são mulheres. Sinceramente, o mundo masculino acredita nos artigos destas publicações? E, as noticias do clube? Bom, não faço a menor idéia.

Há alguns dias me deparei com minha corrida para a tal caixinha. Pensei que há onze meses venho colhendo eu mesma estas "pérolas" postais. Foi quando me dei conta que a minha ida a tal caixinha tinha um quê de esperança em um objeto quase extinto. Uma carta.

Onde estão as cartas? Será que ainda existem? Será que o carteiro sabe? Ou com tanta atividade virtual, as caixas de correio e o tal objeto extinto ganharam outra caixa?

A virtual... A Inbox: do computador, do smartphone e até mesmo na caixa postal do telefone fixo.

Na ausência da mesma, tomei uma resolução de mudança, e escrevi para uma velha amiga. São anos de convivência em debates e afins.  Algo raro nos dias de hoje, em que as relações são tão descartáveis, continuamos apesar da distância a mesma amizade. Fiquei abismada em ver minha caligrafia. Lembrei até daqueles cadernos com linhas que guiam as letras numa corrida em formar as palavras. E, o silêncio. Nenhum tec. tec. Só o deslizar macio da tinta, e aquele cheiro de fresco.

Ao ir ao correio me deparei com a escolha do selo. Inúmeros. Lembrei até que com nove anos tive uma coleção de tais objetos de arte gráfica. Carta registrada e expressa enviada. Aguardei os dias da semana com um interesse atroz pela tal caixinha,  e claro, uma resposta.

Uma semana se passou... e nada. Pensei... será que o carteiro perdeu? Ele bem poderia ter perdido o tal objeto extinto: envelope simples e com bordas nas cores da bandeira. Estranho OFNI (objeto físico não identificado) em sua maleta. Duas semanas e nada. No décimo quinto dia... lá estava a tão esperada resposta. Nada de caixinha ou Inbox. Veio por celular, um apito... e lá estava o SMS.

"Querida, só vi agora sua carta. Não tenho costume de pegar correspondência. Recebo tudo por e-mail. De contas até convites. Aconteceu algo com seu e-mail? Ou foi inspiração por ter visto de novo o seu filme predileto "Il Postino". Confesso que fiquei surpresa. Se estiver precisando de algum cara pra consertar seu computador, conheço um ótimo.” 

É confesso que consegui surpreender alguém... Mais ainda aguardo o dia que serei eu a surpreendida. 

Música ouvida durante o post:  Letter - Xavier Rudd
Foto de: http://www.flickr.com/photos/lowelisboa/

Um comentário:

Anônimo disse...

CHRIS, PARABENS PELA NOVA CRIAÇÃO. ACHEI FANTÁSTICO E MUITO BACANA....ACHO QUE COM ESSE BLOG, VOCÊ MOSTRA QUE É UMA PESSOA MUITO COMPETENTE E CRIATIVA ALÉM É CLARO DE SER UM SER HUMANO ESPECIAL POIS DIVIDE SEM MEDO SUAS DÚVIDAS, ADMIRAÇÕES, QUESTIONAMENTOS ( que diga-se de passagem...todos temos)E DE UMA FORMA MUITO CLARA CONSEGUE PASSAR PARA NÓS, leitores MUITAS COISAS QUE SÃO IMPORTANTES E QUE TAMBÉM PODEM SER ESCLARECEDORAS...AGORA O MEU COMENTÁRIO MAIS IMPORTANTE...É QUE VOCÊ NÃO SABE, MAS ESSA SUA ATITUDE DE ABRIR-SE, FALAR DO PASSADO, DAS COISAS QUE TE AFLIGIAM E TB DAS COISAS BOAS COMO ADMIRAR UM GRUPO DE VELHINHOS JOGANDO CARTAS....TEM EXTREMO VALOR E ISSO MOSTRA O SEU AUTO CONHECIMENTO E ISSO CARA AMIGA, É UM " GIFT" ! ALÉM DO QUE NÃO PODERIA DEIXAR DE COMENTAR QUE NÓS HUMANOS SOMOS A FERRAMENTE MAIS PERFEITA E SABER USÁ-LA PARA O BEM É UM ATO GRANDIOSO! ADOREI AMIGA, PARCEIRA PARA SEMPRE! E OLHA ...ESSE NÃO FOI O 1º GOL E NEM SERÁ O ÚLTIMO, OK? BJUS :) ANA LUISA BARCELLOS

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